Paraiba masculina, "muié macho" sim sinhô! Há quem diga que ela é o Luiz Gonzaga de saia.
Gonzagueana, nordestina e nascida na cidade de Conceição do Piancó, na Paraíba, Elba Maria Nunes Ramalho, seu nome de batismo, ganhou o coração dos brasileiros com sua voz e uma energia invejável nos palcos por onde passou desde do início da década de 80.
Em uma turnê do grupo pernambucano 'Quinteto Violado', Elba Ramalho seguiu para o Rio de Janeiro como back-vocal do grupo, e após o término dos shows com a banda, decidiu que alí passariaa a ser o seu lugar de residênciua e fincou os pés e a vida na cidade maravilhosa.
Por algum tempo fez algumas peças de teatro e filmes, entre elas, a famosa 'Ópera do Malandro', baseada no texto de Chico Buarque, a convite do próprio artista e escritor.
Foi Chico que incentivou Elba a gravar o seu primeiro álbum, o 'Ave de Prata', que chegou às lojas ainda no ano de 1979.
Mas foi com o álbum 'Alegria' (1982) que a "cantriz", como é chamada pelos fãs, virou uma febre nacional e lotou as maiores casas de show do Brasil.
No lançamento do show 'Coração Brasiliero', Elba Ramalho foi a única artista a bater o público do rei Roberto Carlos no Canecão em 1983.
Elba Ramalho virou um fenômeno nacional, emplacando dezenas de sucessos na sua voz, e entre eles a canção 'De volta pro aconchego' de autoria do saudoso Dominguinhos e do pernambucano Nando Cordel, lançada em 1985 no álbum 'Fogo na Mistura'.
A canção virou um marco na carreira da cantora, e fez parte da trilha sonora da novela global, 'Roque Santeiro' (1985), recorde de audiência no Brasil e no exterior.
De lá pra cá a artista chegou a vender mais de 10 milhões de cópias, colecionando discos de ouro, platina, platina duplo e diamante.
Sendo uma das artistas mais tocadas nas rádios do Brasil, Elba foi comparada a Tina Turner e Madonna pela imprensa brasileira, pela sua popularidade e pelos sucessos emplacados, onde muitos deles embalaram as telenovelas no país.
Indicada por oito vezes ao Grammy Latino, Elba Ramalho venceu com dois álbuns; o primeiro 'Qual o Assunto que Mais Lhe Interessa?' (2008) e 'Balaio de Amor' (2009), duas pérolas da sua discografia.
Somente no Prêmio da Música Brasileira, Elba Ramalho está entre as artistas que mais levaram estatuetas, somando 18 prêmios.
Neste ano de 2023, levou o troféu com o seu DVD 'Elba No Maior São João do Mundo', gravado no São João de Campina Grande (PB).
Talvez nunca tenha se visto no Brasil uma artista tão completa como Elba Ramalho, que ainda no início de carreira ficou conhecida como a cantora do mais belo par de pernas da MPB.
Toda a sensualidade, vitalidade e a voz inconfundível, fez de Elba um marco na MPB, sendo a artista que mais bem representou a música nordestina, assim como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Marinês e Jackson do Pandeiro.
Da geração de Elba, sem dúvida alguma é a artista que hoje faz mais shows no país, seja no período junino, onde carrega o título de "Rainha do Forró", ou no Carnaval, onde já deu vida a inúmeros frevos pernambucanos na sua voz.
Além da carreira solo, Elba fez parte de um dos projetos mais bem sucedidos da música ao lado de Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho: 'O Grande Encontro', projeto iniciado no ano de 1996, e percorreu todas as capitais do Brasil e vendeu apenas no primeiro álbum, mais de 1 milhão de cópias, sendo até os dias de hoje um dos álbuns mais ouvidos nas plataformas digitais.
Em 2016 um novo álbum foi lançado para comemorar os 20 anos do projeto, desta vez sem a presença de Zé Ramalho.
O DVD e CD rendeu a Elba, Alceu e Geraldo Azevedo, o disco de ouro, em uma época onde DVD's e CD's perdiam espaço nas prateleiras de lojas de discos com a chegada das plataformas de música.
Com mais de 45 anos de carreira, Elba Ramalho segue em ritmo frenético pelas estradas do país e não para de produzir.
Seu último álbum gravado ainda este ano, está sendo lançado em forma de singles, um deles com a participação da ex-BBB , Julliete, onde juntas lançaram a canção 'Nosso Xote'.
A segunda faixa 'Aqui Nesse Forró', acabou de ser lançada no último mês de julho, imprimindo a identidade da artista que mais bem representa hoje a geração do saudoso Gonzagão.
Difícil resumir a trajetória de Elba Ramalho, entre discos, projetos e shows memoráveis como suas inesquecíveis apresentações no Rock In Rio, acompanhada por um público formado por milhares de fãs de todas as épocas.
Entrevistada pelo Bacanudo.com, a icônica artista que exalta a nordestinidade e brasilidade onde quer que se apresente, citou algumas das sua preferências da vida cotidiana fora dos palcos. Ela sempre será um show!
 
*Meu livro - "A Bíblia".
*Meu filme - "Cinema Paradiso", dirigido por Giuseppe Tornatore.
*Minha música - "De Volta pro Aconchego", de 'Dominguinhos' e 'Nando Cordel'.
*Minha cidade - O Rio de Janeiro. 
*Minha cara - Rezar, sempre. 
*Minha bebida - Água de coco.
*Minha comida - Saladas, frutas, frutos do mar.
*Minha estação do ano - O Verão.
*Meu paraíso - O céu (quando eu chegar lá).
*Minha fraqueza - A vaidade.
*Meu pecado - Me esforço para não permanecer neles. 
*Meu vício - Rezar.
*Meu medo - Nenhum.
*Minha flor - Lírios.
*Meu esporte - Correr na areia.
*Meu lazer - Praia.
*Minha etiqueta - Delicadeza.
*Meu cheiro - De rosas.
*Meu ídolo - 'Jesus Cristo'.
*Meu sonho - Ver Nossa Senhora. 
*Minha inspiração - Os meus filhos.
*Meu arrependimento - Não ter tido mais filhos.
*Meu compositor - 'Chico Buarque'.
*Meu restaurante - O 'Chez Claude', no Rio de Janeiro.
*Minha paisagem - O mar. 
*Minha indiferença - Para os mentirosos.
*Meu exagero - Buscar sempre a perfeição.
*Minha impaciência - Sou bem tolerante.
*Meu lugar no mundo - Na minha casa.
*Meu lugar na casa - No meu jardim.