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Cá Entre Nós - Mafalda Minnozzi

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(Foto: Martin Cohen)


 
Ainda nas comemorações dos 35 anos de carreira, a cantora italiana Mafalda Minozzi esteve no Brasil em abril onde fez um show memorável na Casa de Shows Blue Note Brasil. Nessas mais de três décadas de carreira Mafalda Minnozzi realizou mais de 1.000 shows em três continentes, produziu 18 CDs, 2 DVDs, dezenas de videoclipes e mais de 250 vídeos gravados em palcos de Teatros, Auditórios e Festivais que documentam uma carreira construída “ao vivo”. Sua voz está presente em dezenas de coletâneas e trilhas sonoras de séries de televisão e filmes, nos quais tem sido apreciada também como autora.
Para Mafalda, cantar é uma necessidade. Com determinação e coragem ela colocou a música no centro das suas decisões, considerando-a a mais poderosa ferramenta de integração cultural. A sua alma é, de fato, internacional, porque acolhe o espírito dos três países onde escreveu os principais capítulos da sua história até hoje: Itália, Brasil e Estados Unidos.
Nascida e criada na província italiana, ao contrário de seus pares, ela ouve Piaf, Sinatra, Nat King Cole, Caterina Valente, fascinada pelo som e pelas cores com que a voz pode se expressar cantando. É assim que ela começa a ouvir e conhecer sua voz também, forte e afinada como é sua personalidade. Atingida a maior idade, Mafalda muda-se para Roma para colocá-la à prova. Graças à uma primeira audição cantando à capela, entra no elenco de “Uno Mattina” (histórico programa televisivo diário da emissora publica RAI Uno) onde permanece por duas edições. Em uma segunda audição conquista o palco de “La Cabala”, o coração da música ao vivo em Roma, frequentado por formadores de opinião, intelectuais e artistas que aplaudem com entusiasmo os shows de Mafalda.
À medida que aumenta a sua popularidade, ela recebe convites para se apresentar em Munique, Atenas, Ilha de Malta e Paris. Ao aceita-los, escolhe definitivamente a música como caminho para sua vida. Em Janeiro de 1996 Mafalda vem ao Rio de Janeiro, recebendo uma proposta irrecusável: a gravadora Som Livre lhe oferece um contrato que inclui a produção de três álbuns e uma série de shows para lançar sua voz no Brasil. Acompanhada por estrelas do jazz brasileiro como Nico Assumpção, Raul Mascarenhas, Luiz Alves, Jurim Moreira, Armando Marçal e Luiz Avelar, Mafalda conquista primeiro o público carioca, depois a comunidade artística e por fim a atenção da mídia, que a elege artista revelação.
As principais emissoras da TV brasileira lhe dedicam entrevistas e abrem espaços para ela se exibir nos programas mais populares. É o início do relacionamento amoroso com o público brasileiro, absolutamente correspondido, que comemora hoje 25 anos. No mesmo ano, o guitarrista, arranjador e produtor nova-iorquino Paul Ricci entra oficialmente no seu mundo artístico como diretor musical e com ele Mafalda assina todas suas produções a partir deste momento.
No Brasil realiza apresentações extraordinárias, seja em estúdio ou no palco, com Milton Nascimento, Leny Andrade, André Mehmari, Guinga, Ná Ozzetti, Toquinho. Nos anos seguintes, a Embaixada e os Consulados da Itália no Brasil incluem shows da Mafalda nos principais eventos dedicados à música, ao cinema e ao esporte, incluindo a Copa do Mundo FIFA (2014) e os Jogos Olímpicos (2016).  Desde 2003 é correspondente de São Paulo pelos programas “Brasil” e “Stereonotte” com Max de Tomassi na RAI Rádio 1, onde conta ao vivo aos ouvintes a vida, a sociedade e a cultura da metrópole sul-americana.
Ao longo da sua carreira desenvolvida no Brasil Mafalda recebe dois importantes reconhecimentos: o Governo Federal inclui o nome de Mafalda Minnozzi na lista oficial das 500 personalidades mais representativas do país em ocasião do evento comemorativo dos 500 anos do Descobrimento do Brasil; o Governo do Estado do Rio de Janeiro lhe concede a cidadania honorária por méritos culturais.
Em 2014, Mafalda cria o projeto eMPathia Jazz Duo com Paul Ricci, para continuar seguindo sua “vocação natural” e amplificar o jazz que se encontra no seu DNA musical. A guitarra Jazz de Ricci a estimula para reler e reinterpretar os autores do cancioneiro internacional que ela tanto ama e aquele repertório acumulado ao longo dos anos como um tesouro. O resultado é um som original que surpreende pela perfeita sincronia da dupla apurada em centenas de apresentações.
Mafalda escolhe Nova Iorque, a capital do Jazz, para propor este novo desafio que conquista rápido o público de clubes de Jazz como Birdland, Mezzrow, Zinc, Jazz Forum, Trumpets, Luca’s. Mais uma vez a imprensa especializada descrevem ela como “uma verdadeira revelação”. Três os CDs realizados: “eMPathia Jazz Duo” (2015) gravado no Brasil, “Inside” (2017) e “Cool Romantics” (2019) gravados em Nova York e produzidos por Jeff Jones, engenheiro de som já ganhador do Grammy Award.
A voz de Mafalda, seu “scat” e o estilo da suas exibições ao vivo atraem a atenção da comunidade musical nova-iorquina do Jazz também e criam oportunidades extraordinárias de encontros. Harvie Swartz, Victor Jones, Art Hirahara, Rogerio Boccato, John di Martino, Essiet Okon Essiet, Will Calhoun, Eduardo Belo, Helio Alves, entre outros, reconhecem e valorizam o projeto participando como “convidados especiais” em varios shows de Mafalda Minnozzi. 
Swartz, Jones, Hirahara, Boccato e Ricci formam especialmente a banda “estrelar” com a qual Mafalda realiza dois concertos esgotados no Birdland Jazz Club que a consagram entre as cantoras mais aclamadas da “Big Apple”.
Não preciso nem falar que foi uma honra imensa ter Mafalda Minnozzi como entrevistada do nosso Bacanudo.com, onde a estrela internacional citou algumas das suas preferências onde quer que esteja apresentando-se em shows ou a passeio. Desfrute!
 

*Meu livro - "O Código Da Vinci", de Dan Brown.
*Meu filme - "Cinema Paradiso", de Giuseppe Tornatore.
*Minha música - "Deborah's Theme", de Ennio Morricone.
*Minha cidade - Roma. 
*Minha cara - Madre Teresa de Calcutá.
*Minha bebida - Vinho branco Chardonnay.
*Minha comida - Ossobuco alla milanese com risoto giallo.
*Minha estação do ano - A primevera.
*Meu paraíso - A minha casa.
*Minha fraqueza - A minha família.
*Meu pecado - Querer mudar o mundo através das próprias mãos.
*Meu vício - O trabalho.
*Meu medo - De droga.
*Minha flor - Violeta-brava.
*Meu esporte - Running.
*Meu lazer - Caminhadas.
*Minha etiqueta - Educação.
*Meu cheiro - De violeta.
*Meu ídolo - Não tenho.
*Meu sonho - Cantar até o último dia da minha vida.
*Minha inspiração - Ser uma pessoa legal.
*Meu arrependimento - De ter sido severa demais.
*Meu compositor - Ennio Morricone.
*Meu restaurante - A minha casa.
*Minha paisagem - Do mar.
*Minha indiferença - Nenhuma.
*Meu exagero - Perceber demais os detalhes mais profundos.
*Minha impaciência - A minha falta de paciência.
*Meu lugar no mundo - A minha casa.
*Meu lugar na casa - Na cozinha.