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"O glaucoma pode se desenvolver em um ou em ambos os olhos. Inicialmente, o glaucoma não apresenta qualquer sintoma, não provoca dores e a visão não sofre alterações. Mas, à medida que o glaucoma avança sem tratamento, os doentes perdem de forma gradual e irreversível os seus campos visuais", alerta o especialista Pedro Faria, coordenador do Grupo Português do Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) e médico oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, em Portugal.
A visão periférica vai-se perdendo e os doentes sentem que começam a ver através de um 'túnel’. "Com o passar do tempo, essa visão central também pode diminuir, até ser atingida a cegueira total", avisa.
O tratamento permitirá "atrasar ou idealmente impedir a progressão desta doença", acrescenta, sublinhando que "o diagnóstico preoce é fundamental, mas também um acompanhamento regular, medindo a pressão intraocular e realizando exames (OCT e campos visuais) para confirmar que a doença se mantém estável".
Os médicos oftalmologistas chamam a esta patologia 'o ladrão silencioso da visão', devido às suas características assintomáticas durante a maioria do seu curso. Estima-se que mais de 50% das pessoas que sofrem de glaucoma não saibam que têm esta doença, aponta a SPO em comunicado, a propósito da Semana Mundial do Glaucoma, promovida pela Associação Mundial do Glaucoma entre os dias 6 e 12 de março.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível nos países desenvolvidos. Qualquer indivíduo, sobretudo a partir dos 40 anos ou com antecedentes familiares, pode desenvolver glaucoma.
São também fatores de risco a alta miopia e doentes medicados com corticoides. Neste sentido, a consulta regular com um médico oftalmologista para efetuar uma avaliação ocular aprofundada, medir a pressão ocular e medir o estado do nervo ótico é um comportamento essencial no que toca à prevenção.