"Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada". Esse jingle que marcou uma geração serve para lembrar que hoje, 20 de maio, é o 'Dia Mundial do Jeans', a peça mais versátil e democrática do guarda roupa de homens e mulheres em todo o mundo.
Pois é, hoje é dia dele: o bom e velho jeans! Quem diria que o tecido, que originalmente foi desenvolvido para uniforme de operários, atravessaria os anos e mudaria de figura? Hoje ele está super presente no dia a dia de todo mundo, justamente porque confere versatilidade e praticidade.
Peça indispensável no vestuário de qualquer um, o jeans iniciou sua história em Nimes, na França, onde o tecido foi fabricado pela vez no ano de 1792. No início começou a ser conhecido por “tecido de Nimes”, expressão que com o tempo foi abreviada para “Denim”.
Por ser um tecido que não necessitava de muitos cuidados para seu uso e conservação, ele começou a ser utilizados para roupas de trabalho no campo e pelos marinheiros italianos que trabalhavam no porto de Génova. Apesar de ter sido “criado” na França, foi nos Estados Unidos que ele se tornou popular.
Foi em Maryland, nos EUA, que esta peça se tornou célebre, e não foi criada por estilistas famosos, mas sim, fabricada por um comerciante que se imortalizaria na tentativa de melhor utilizar o tecido de algodão sarjado, conhecido como ‘denim’, em referência ao local onde foi gerado, destinado à produção de lonas, para as quais já não havia mais mercado.
Uma coisa é fato: não tem como falar de jeans e não associá-lo como um importante aliado da Revolução Industrial. E nesse cenário, dois nomes fizeram um legado: Levi Strauss e Jacob Davis.
Após a Guerra Civil dos Estados Unidos, Levi montou uma loja em São Francisco, na Califórnia, onde vendia tecidos e uniformes. Jacob era empresário e alfaiate em Nevada, comprou denim de Strauss para fazer calças para operários e colocou rebites de metal nelas, para evitar que as costuras se abrissem. Pronto: a partir daí a evolução não parou!
O sucesso dessas calças foi tão grande, justamente por ser bem resistente, que foi adotada também pelos trabalhadores rurais e ferroviários. A patente de sua criação foi concedida em 1873.
O jeans se popularizar por volta da década de 30, através de filmes com cowboys norte-americanos, que retratavam o clima western, que acabou se tornando moda. Foi durante a Segunda Guerra Mundial, que o denim ganhou uma imagem de virilidade, pois era usada nos uniformes dos soldados norte-americanos. Após a vitória dos Aliados, o jeans se espalhou pelo continente Europeu.
Na década de 40, os cowboys do asfalto montavam suas motos Harley-Davidson trajando o jeans. Porém foi na década de 50 que o jeans transformou a peça em símbolo de rebeldia, quando, no filme Juventude Transviada, o ator James Dean apareceu usando a combinação clássica: calça jeans e camiseta branca (que na época era considerada uma roupa de baixo).
Além de Dean, outros atores ajudaram a popularizar a peça como Marlon Brando e Elvis Presley, que contribuíram para que o jeans se disseminasse entre os jovens, e teve sua imagem intrinsecamente ligada ao rock. A imagem rebelde do jeans se tornou tão forte, que o traje passou a ser proibido nas escolas e em lugares como cinemas e restaurantes. Logo depois, novas modelos, como Marylin Monroe, usavam o jeans com um apelo sensual.
Depois desses artistas vieram os Beatles, Bob Dylan e Jimi Hendrix, e o jeans continuou sendo a peça principal do visual jovem. Nos anos 70, com a guerra do Vietnã, surgiu um novo grupo, os hippies americanos, que adotaram o jeans como peça essencial do visual largado, estando mais uma vez ligado a cultura jovem. Foram os hippies que introduziram a ideia de customização das peças e que logo entrou em processos industriais.
Na mesma época o jeans iniciou a sua globalização e foi introduzido na indústria europeia e se tornando grande referência na produção do artigo na indústria da moda. Levi’s, Lee e Mustang se consagravam como marcas de grande nome no segmento.
A primeira vez que o jeans saiu da cultura jovem e subiu em uma passarela foi nos anos 70, durante um desfile de Calvin Klein. O estilista foi muito criticado pelos mais conservadores da época, que não imaginavam o que se tornaria aquela peça.
Desde sua existência o jeans passou e vem passando por várias transformações de formas e significados. Já foi roupa de minerador, operário, soldado, rebelde, e hoje é usada por todos sem distinção de classe social ou idade.
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