O carioca e filho de mãe acreana, Jorge Aragão enveredou a sua carreira pelo samba na década de 1970, como guitarrista em bailes e casas noturnas. Esta entrada por uma porta transversal, fora das rodas, o ajudou bastante a posicionar-se no gênero, o que lhe proporcionou ser um sambista que explora novidades na área, sem ficar preso a caminhos preestabelecidos, e na estrada certa para seguir mestres como Candeia, Roberto Ribeiro e Monarco, devido à “voz autoral”. O primeiro disco solo, "Jorge Aragão", nasceu no ano de 1981, pela gravadora Ariola. Como compositor, despontou em 1976, quando Elza Soares gravou sua composição "Malandro". Foi integrante do grupo Fundo de Quintal - núcleo do gênero pagode-, e um de seus principais compositores e letristas, tendo por isso abandonado o conjunto algum tempo depois para dedicar-se à carreira solo. Quase todos os grandes intérpretes de samba a exemplo de Beth Carvalho, Alcione, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila... têm canções de Jorge Aragão em seu repertório.
Conhecedor do carnaval carioca, foi comentarista dos desfiles de escolas de samba na Rede Globo, emissora pra quem compôs o tema do Globeleza, ao lado de Franco Lattari, Manchete e nos últimos anos no projeto Carnaval do Povão pela CNT. Com 12 discos lançados, excursionou pelos Estados Unidos e se apresenta em várias cidades do Brasil. Entre seus sucessos estão "Coisinha do Pai" (com Almir Guineto e Luiz Carlos), homenagem à filha Vânia consagrada na gravação de Beth Carvalho que valeu uma gravação inédita em 1997 para acordar o robô Mars Pathfinder em Marte; "Claridade", inspirada pela filha Tânia; "Vou Festejar", outra gravada por Carvalho que se popularizou como canto de torcida; "Coisa de Pele", "Alvará", "Terceira Pessoa", "Amigos… Amantes", "Do Fundo do Nosso Quintal" e "Enredo do Meu Samba", entre outras. Além de samba e pagode, Jorge também compôs nos gêneros xote, samba-rock e samba funk.
Com quase 30 anos dedicados inteiramente à MPB, Jorge Aragão continua em atividade, e como um dos veteranos do samba se mantém firme no mercado. Este ano, os 40 anos de carreira de Aragão foram celebrados com o projeto Samba Book, da Musickeria, um box reunindo biografia, DVD, CDs e partituras.
No último dia 26 de novembro, Jorge Aragão esteve mais uma vez aqui em Sergipe, desta vez para soltar os trinados na "Feijoada Musical Vip", no Hotel Fazenda Boa Luz, quando encantou um grande público formado pelos seus fãs sergipanos. Aproveitando a aterrissagem do sambista em nossa terrinha, o BACANUDO bateu uma papo com ele e pinçou algumas das suas preferências que você conhecerá abaixo.
*Meu livro – A Bíblia.
*Meu filme – Dou preferência aos nacionais.
*Minha música – Samba.
*Minha cidade – O Rio de Janeiro.
*Minha cara – A alegria.
*Minha bebida – Café.
*Minha comida – Feijoada.
*Minha estação do ano – O verão.
*Meu paraíso – O Rio de Janeiro.
*Minha fraqueza – Por doces.
*Meu pecado – Comida.
*Meu vício – Tecnologia.
*Meu medo – O de perder as pessoas que eu amo.
*Minha flor – A minha esposa.
*Meu esporte – Carros.
*Meu lazer – Cantar.
*Minha etiqueta – Ser atencioso.
*Meu cheiro – Suave.
*Meu ídolo – Vários sambistas.
*Meu sonho – Ser feliz sempre.
*Minha inspiração – A minha família.
*Meu arrependimento – Nenhum.
*Meu compositor – Os meus parceiros do samba.
*Meu restaurante – O Fei, de comida asiática.
*Minha paisagem – O mar.
*Minha indiferença – Para qualquer tipo de preconceito.
*Meu exagero – Os doces.
*Minha impaciência – Para filas longas.
*Meu lugar no mundo – Os Estados Unidos da América.
*Meu lugar na casa - O meu quarto.