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Cá Entre Nós - Roberto Birindelli

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(Foto: Divulgação)


 
Uruguaio radicado no Brasil, o ator Roberto Birindelli se considera um outsider. Ele está em turnê internacional com o longa “Gauguin e o Canal”, que retrata um período da vida do pintor francês Paul Gauguin, e acaba de filmar “As Vitrines”, de Flávia Castro, sua 55ª participação no cinema. 
No longa-metragem “Gauguin e o Canal”, o ator Roberto Birindelli interpreta as dores do pintor Paul Gauguin em francês e espanhol. Se dividir entre mais de um idioma não é uma novidade para ele, que nasceu em Montevidéu, no Uruguai, onde viveu até os 15 anos de idade, mas estabeleceu uma boa parte de sua carreira no Brasil.
Birindelli é o protagonista da produção panamenha, roteirizada e dirigida por Frank Spano, que ganhou o prêmio de melhor filme no 76º Festival de Salerno, na Itália, e foi exibida na 67ª Semana Internacional de Cine de Valladolid (Seminci), edição do segundo festival mais importante de cinema independente da Espanha. 
Em abril de 2023, o filme ainda passou pelo 39º Festival de Cinema Latino de Chicago, nos Estados Unidos, e, em setembro, pelo 28º Ourense FilmFestival (OUFF), na Espanha e na 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
“Passamos 40 dias filmando no Panamá durante a pandemia! Uma experiência brutal e imersiva”, vibra.
O universo dos pinceis e tintas não é uma novidade para o ator. Dos cinco aos 12 anos, frequentou aulas de pintura no Uruguai. Foi também aos cinco anos de idade que ele se lembra de ter iniciado seu gosto pelas artes cênicas. “Minha mãe me trazia da escola. Na esquina de casa, vi um senhor bem velho chorando. Soltei a mão da minha mãe, parei na frente dele e comecei a fazer coisas engraçadas. Só parei depois que ele me deu um sorriso. Entendi que seria minha profissão”, recorda-se.
Birindelli se formou como arquiteto em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, editou livros de poesia marginal, participou de rodas de poetas, trabalhou com dança e mímica, se formou em Artes Cênicas, foi professor, estudou teatro na Itália, Dinamarca, França e Inglaterra. Ele conta que teve, inclusive, negócios no ramo industrial, entre os quais uma fábrica de implantes de silicone e outra de equipamentos de proteção individual. “Fiz palestras em mais de 500 empresas sobre segurança e saúde no trabalho!”
A partir de 2007, passou a se dedicar exclusivamente à carreira de ator. Chegou ao Rio de Janeiro dois anos mais tarde. Nessa época, iniciou seus trabalhos na televisão, com participações e personagens em novelas da TV Globo e da Record TV. Entre suas atuações de maior destaque está o motorista Josué, de “Império”, novela de Aguinaldo Silva, que teve Alexandre Nero como protagonista. 
Dos quase 20 trabalhos realizados na TV, o mais recente é a série “Dom”, drama policial criado pela Conspiração Filmes para a Prime Video, lançada em 2021 e com a segunda temporada sendo exibida em 2023. Outros foram a série “Reis”, na Record TV, trabalho pelo qual foi agraciado com o Prêmio Contigo! Online de melhor ator, e a novela “Nos tempos do Imperador”, na qual interpretou o Marechal Francisco Solano López, ex-presidente do Paraguai.
A trajetória na TV só teve início após 25 anos atuando em teatro. Entre experiências realizadas nas cidades de Liverpool, na Inglaterra, Estocolmo, na Suécia, Roma, na Itália, e espetáculos dirigidos por nomes como Naum Alves de Souza e Luiz Antônio Rocha, destaca-se a peça “Il Primo Mirácolo”, monólogo de Dario Fo, que estreou em 1992, ficou mais de 20 anos em cartaz, rodando por nove países e mais de 200 cidades.
Atualmente está mergulhado em um novo trabalho no cinema. Filmado em São Paulo, o filme “As Vitrines” tem roteiro inspirado na infância da diretora Flávia Castro, que morava com a família no Chile quando ocorreu o golpe militar capitaneado pelo general Augusto Pinochet, ocorrido em 1973. Os protagonistas do filme são as crianças Helena O’Donnell e Gael Nórdio, que ainda conta com atores e atrizes do Uruguai, Argentina, Chile e Brasil, como Roberto Birindelli e Letícia Colin.
“Esse personagem que interpreto me faz recordar minha própria história. Em 1978, a situação em Montevidéu era crítica por conta da ditadura. Meus pais pensaram em se mudar para Buenos Aires ou São Paulo. Por fim, Porto Alegre foi a melhor opção, em função das semelhanças culturais. Cheguei ao Brasil sem saber falar uma palavra em português”, finaliza o ator, que tem mais de 55 filmes (entre longas e curtas) no currículo.
Gentilmente, Roberto Birindelli concedeu esse bate-papo exclusivo para o Bacanudo.com, onde citou algumas das suas preferências do dia a dia, fora dos sets de filmgem e outros ambientes profissionais. Conheça!
 
*Meu livro - "O Lobo da Estepe, de Herman Hess.
*Meu filme - Todos do Fellini.
*Minha música - "Ibicuí da Armada", do Vitor Ramil.
*Minha cidade - Em Recife(PE), respiro melhor.
*Minha cara - Tomar em segundos a decisão errada.
*Minha bebida - Malbec.
*Minha comida - Churrasco.
*Minha estação do ano - A primavera.
*Meu paraíso - Estar entre amigos.
*Minha fraqueza - Confiar demais.
*Meu pecado - Sou volúvel demais.
*Meu vício - Açaí.
*Meu medo - De perder a admiração do meu filho.
*Minha flor - Tulipas.
*Meu esporte - Esgrima. Treinei muitos anos!
*Meu lazer - Andar de bike com o meu filho.
*Minha etiqueta - Foda-se!
*Meu cheiro - Madeiras.
*Meu ídolo - David Bowie.
*Meu sonho - Ter uma casa no mato.
*Minha inspiração - Dalí, Gaudí, Steve Jobs.
*Meu arrependimento - Devia ter dito uns 2000 sim a mais.
*Meu compositor - 'Caetano Veloso'.
*Meu restaurante - O 'Braseiro' da Gávea, no Rio de Janeiro.
*Minha paisagem - A mudança. Vivo viajando!
*Minha indiferença - Para quem se modifica para aparecer.
*Meu exagero - Sou mais pessimista do que eu gostaria.
*Minha impaciência - Para horários.
*Meu lugar no mundo - Em volta do fogo, com amigos.
*Meu lugar na casa - Entre livros, plantas e chimarrão.