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Márcia Cruz

Permuta como boa alternativa para os novos tempos
 
"A troca normalmente acontece em momentos diferentes das necessidades dos envolvidos"
 

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Você já ouviu falar nas empresas responsáveis por permutas de produtos e ou serviços?  A permuta de produtos e serviços entre empresas é uma alternativa que as companhias encontraram para reduzir a capacidade ociosa. Com a troca, as empresas envolvidas deixam de usar dinheiro para comprar o que precisam, ou seja, enxugam os seus custos, compram produtos e serviços com a venda dos seus próprios produtos e serviços. 
De acordo com a americana International Reciprocal Trade Association - IRTA-, a permuta de produtos e serviços entre empresas envolve, mundialmente, 300 mil companhias, registrando crescimento em torno de 10% ao ano. Na América Latina, com negócios de mais de US$ 3 bilhões por ano, destacam-se México, Brasil, Chile e Argentina, países cujas empresas mais recorrem a esta modalidade comercial.
Essa espécie de rede de trocas, de acordo com as necessidades de cada um, também já chegou a Sergipe e fez nascer uma nova empresa aqui em Aracaju, batizada "Permuta Nordeste".
Como o próprio nome já diz, ela age e executa negócios em toda a região, facilitando a comercialização de produtos e serviços de acordo como o que cada um tem para oferecer ou receber. Mas, para isso, entes é preciso se tornar associado dentro da rede, seja lá qual for o tipo de produto a ser oferecido.
A partir daí, segue obedecendo as normas e diretrizes impostas pela PN, com direito a um crédito limite, que possibilitará adquirir o que se deseja. 
Quer saber todos os detalhes? Foi para isso que o BACANUDO.COM bateu um papo com a publicitária e CEO da "Permuta Nordeste", Márcia Cruz, cujo conteúdo você confere abaixo. Deguste!

BACANUDO - Como surgiu o Permuta Nordeste?
Márcia Cruz - A ideia de uma administradora de permutas surgiu no curso de Publicidade  e Propaganda quando um professor pediu para que cada aluno desenvolvesse um produto ou serviço novo. Como temos uma empresa de outdoor, onde havia muitas solicitações de permutas, pensei em criar um cartão de crédito que gerisse tais transações comerciais. Assim cada associado poderia adquirir o que precisava, disponibilizando o seu produto para quem estivesse necessitando dentro da rede de trocas.   
 
BACANUDO - Como funciona o sistema, apenas associados podem realizar negócios?
MC - Sim. Para realização das transações comerciais é necessário associar-se ao nosso grupo. Funciona da seguinte forma: Cada associado dispõe de um limite de crédito onde pode utilizá-lo   adquirindo os produtos ou serviços desejados na rede, sendo que os pagamentos de tais compras serão feitos sem moeda corrente, mas sim com os seus próprios produtos e/ou serviços. A transação comercial funciona como uma conta corrente acumulando créditos e débitos, onde a   troca normalmente acontece em momentos diferentes das necessidades dos envolvidos.   
 
BACANUDO - O Brasil está ganhando vários grupos comerciais desse tipo nos últimos anos, qual o diferencial do PN?
MC - Diferentemente do que imaginamos, a criação de uma administradora de permutas não era algo totalmente novo. Pesquisando, descobrimos que este segmento já existe em muitos países, inclusive no Brasil. Uma curiosidade é que há 37 anos acontece uma convenção internacional das administradoras de permutas, a última ocorreu em setembro de 2016, em Cancún, no México. O nosso diferencial das outras empresas deste segmento que funcionam aqui no Brasil, é a possibilidade da  realização das transações por meio de um cartão de crédito próprio, facilitando a compra e estimulando a venda no grupo.  
 
BACANUDO - E como está a aceitação do público? 
MC - A ideia está sendo muito bem aceita e compreendida, principalmente quando um associado   utiliza o serviço e nos indica a outros, muitas vezes os seus próprios fornecedores. Ele compreende que o nosso negócio é estimular a ‘venda’ do seu produto no grupo para que assim ele possa adquirir ainda mais produtos e serviços do seu interesse. 
 
BACANUDO - A prática do "mercado de trocas" é antiga, mas caiu em desuso. A que você atribui a força que o sistema de permutas ganhou nos últimos tempos?
MC - Em minha opinião a prática de permuta sempre foi bastante realizada, sendo que alguns setores mais comuns do que em outros, mas com a crise financeira que enfrentamos nestes últimos tempos, esta prática foi ganhando força nos setores que tinham maiores resistência, pois muitas empresas e profissionais liberais descobriram que através de parcerias eles poderiam aumentar sua competitividade, se capitalizarem, alémde fortalecer as relações entre seus fornecedores e clientes.
 
BACANUDO - Essa modalidade de comércio é vista com bons olhos, ou ainda há aqueles que torcem o nariz para o que vocês praticam?
MC - Existem alguns setores que enxergam a prática de permutas como algo pejorativo, mas no geral, ela é bastante praticada e vista como algo bastante positiva. Principalmente, quando a empresa entende que através da nossa rede de negócios ela tem a possibilidade de fazer permutas multilaterais, isto é, quando a empresa pode comprar algo sem que o fornecedor tenha que comprar dela. 
 
BACANUDO - Que tipo de empresas fazem parte do grupo?
MC - Apesar de poucos meses no Estado, nós já contamos com diversos setores. Gráficas,  hoteis e pousadas, loja de móveis planejados, de roupas, empresa de outdoor, busdoor, fachadas e impressão digital, lustres, salão de beleza, farmácia de manipulação, madeireira, escola, e muitos outros setores, além dos profissionais liberais como nutricionista, arquiteto, advogado, esteticista etc. 
 
BACANUDO - Existem benefícios que vão além das transações comerciais? 
MC - Com certeza. Na nossa rede não é realizado somente transação em permutas. Há casos em que o associado precisa comprar algo de maior valor do que o limite de compra que ele dispõe, e neste caso, ele paga a diferença em moeda corrente. Além disso, podemos pensar em parcerias como uma opção estratégica de crescimento e alternativa para conquistar a abertura de novos mercados, além de gerar uma exposição maior à marca.