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Cá Entre Nós - Virgínia Rodrigues

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Natural de Salvador (BA), Virgínia Rodrigues é uma das mais expressivas cantoras do Brasil. Descoberta por Márcio Meireles em 1995, que o levou para o Bando de Teatro Olodum, foi lançada no Brasil e no exterior por Caetano Veloso. 
Sua formação musical vem do rádio e de corais de igreja, quando aos seis anos de idade se apresentou publicamente pela primeira vez. "A música sempre foi muito forte na minha vida", revela.
A música interpretada por Virgínia Rodrigues tem influência na música clássica, samba e jazz, ao mesmo tempo que suas letras têm referências a entes do candomblé e umbanda. Sua voz prolixa e grave atinge desde notas agudas até tons mais graves e é mais um típico caso brasileiro, de uma artista talentosa e bastante reconhecida no cenário internacional, mas ignorado no Brasil.
Depois de anos cantando em coros de igrejas católicas e protestantes, além do Coral do Mosteiro de São Bento, ela havia sido convidada pelo diretor Márcio Meireles para participar da peça Bye Bye Pelô, onde Caetano a viu pela primeira vez. 
De origem humilde, Virgínia traz referências populares e líricas do que ouviu na infância e juventude. O resultado é que seu canto vagueia entre o erudito e o popular. O primeiro disco 'Sol Negro', lançado em 1996, foi produzido por Celso Fonseca e teve arranjos de Eduardo Souto Neto. As músicas foram escolhidas por Virgínia, Caetano e Celso Fonseca, e inclui as participações de Djavan, Gilberto Gil e Milton Nascimento.
Este primeiro álbum foi muito bem recebido nos Estados Unidos e na Europa, rendendo à cantora raras críticas. O The Times de Londres escreveu: “...A nova Diva da música brasileira, a cantora baiana de 33 anos, comoveu todo o Brasil com seu álbum de estréia 'Sol Negro'; uma rica mistura de influências africanas e portuguesas e de samba de raiz.” Sendo elogiado também pelo jornal Le Monde e pela revista Rolling Stones.
A história da cantora baiana Virgínia Rodrigues ficou tão conhecida internacionalmente que os jornalistas americanos a apelidaram de Cinderela brasileira. 
Ex-manicure saída de uma favela de Salvador realizou, em um ano, duas turnês pelos Estados Unidos, shows na Europa, e o resultado foi apresentações em 23 países. Foi entrevistada por David Byrne, ao vivo, na televisão americana. 
Nos Estados Unidos, Europa e Japão, o primeiro disco de Virgínia saiu pela gravadora Rykodisc, de propriedade de Cris Blackwell, o mesmo que popularizou nomes como Bob Marley, Peter Tosh e U2.
Em seu segundo álbum, "Nós", Virgínia homenageia os blocos afro de Salvador. Seu canto primoroso e sofisticado entoa músicas do Ilê Aiyê, Olodum, Timbalada, Ara Ketu e Afreketê. 
O The New York Times já a definiu como “uma das mais impressionantes cantoras que surgiu do Brasil nos últimos anos”.
Virgínia chega ao terceiro CD, "Mares Profundos", coroada pelo sucesso no exterior – embora ainda seja desconhecida em sua terra natal. O álbum lançado em janeiro de 2004 nos Estados Unidos, chegou ao Brasil com edição simultânea na Europa. O selo do álbum é o prestigioso Edge, da gravadora alemã Deutsche Grammophon, a mais tradicional da música erudita. 
A produção, claro, é de Caetano. O repertório é venerável: 11 afro-sambas compostos entre 1962 e 1966 pelo violonista Baden Powell (1937-2000) e pelo poeta Vinícius de Moraes (1913-1980). 
Quatro anos após Virgínia Rodrigues volta à cena com o disco 'Recomeço' (Biscoito Fino), que versa sobre o amor dual, assunto imemorial e onipresente no cancioneiro, e muito discutido na composição. 
Como intérprete talhada que é, esbanja ineditismo a clássicos recorrentes da música brasileira. Seu canto camerístico aliado à compreensão da canção popular conferem um novo sentido a poesias de Chico Buarque.
No ano de 2015 Virgínia lançou 'Mama Kalunga', álbum que lhe agraciou com o prêmio de Mulhor Cantora.
Seu retorno aos estúdios de gravação se deu em 2019, ano em que lançou 'Cada Voz É Uma Mulher', trabalho recheado somente por compositoras mulheres. 
No ano passado Virgínia Rodrigues teve uma nova turnê internacional adiada em decorrência da pandemia do coronavírus, mas que ela espera ansiosamente que aconteça com toda a segurança e dentro de todas as normalidades neste ano.
O BACANUDO.COM teve o privilégio e a satisfação de conversar com esta artista singular cujo canto ecoa triunfalmente entre o erudito e o popular, onde colheu dela alguns prazeres e preferências da sua vida cotidiana. Convidamos para que a conheça melhor!
 
*Meu livro"A Insustentável Leveza do Ser", de Milan Kundera.
*Meu filme - "Uma Linda Mulher", dirigido por Garry Marshall
*Minha música - "Se eu quiser falar com Deus", de 'Gilberto Gil'. 
*Minha cidade - Nova York.
*Minha cara - Ouvir música tomando um bom vinho.
*Minha bebida - Champanhe.
*Minha comida - Feijoada à moda da Bahia.
*Minha estação do ano - A primavera.
*Meu paraíso - O mar.
*Minha fraqueza - Impaciência.
*Meu pecado - Doce de caju feito no interior.
*Meu vício - Dormir.
*Meu medo - De nunca mais poder cantar.
*Minha flor - Rosas amarelas.
*Meu esporte - Nenhum.
*Meu lazer - Bater papo com os amigos, ouvindo músicas.
*Minha etiqueta - Entrar nos locais cumprimentando as pessoas.
*Meu cheiro - De lavanda.
*Meu ídolo - São vários.
*Meu sonho - Ver o Brasil melhor do que o que está.
*Minha inspiração - A natureza.
*Meu arrependimento - Não ter passado um tempo fora do país.
*Meu compositor - São vários.
*Meu restaurante - De gastronomia japonesa. 
*Minha paisagem - A ilha Boipeba, na Bahia.
*Minha indiferença - Pra gente preconceituosa, ruím.
*Meu exagero - Gostar de tudo muito. Não gostar de nada pouco.
*Minha impaciência - Pra gente racista, preconceituosa.
*Meu lugar no mundo - Eu sou do mundo.
*Meu lugar na casa - Embaixo da árvore São Gonçalo, no quintal da minha casa.