O Superior Tribunal de Justiça, o STJ, rejeitou uma liminar que pedia a suspensão do leilão da tela "A Caipirinha", de Tarsila do Amaral, na casa de leilões Bolsa de Arte no próximo dia 17. A decisão, divulgada na última quarta-feira, 9, é assinada pelo ministro Moura Ribeiro. Cabe recurso.
A pintura, com lance inicial recorde de R$ 47 milhões, é alvo de uma disputa judicial entre Carlos Eduardo Schahin, filho do empresário Salim Taufic Schahin, envolvido no escândalo da Lava Jato, e os 12 bancos credores a quem seu pai deve mais de R$ 2 bilhões.
Enquanto Carlos Eduardo afirma que a obra foi vendida a ele pelo pai, os credores questionam a legitimidade da operação, dizendo que a obra nunca chegou a sair das mãos do Schahin pai.
Apesar de o leilão ter sido mantido, o ministro Moura Ribeiro estipulou duas condições para a sua realização.
Uma é que o valor obtido não irá imediatamente para os bancos credores, e sim será guardado numa conta específica até o fim do imbróglio judicial envolvendo a obra.
Outra é que eventuais compradores precisam ser notificados de que o julgamento final pode reverter o entendimento atual do TJSP de que o quadro pertence a Salim e, portanto, pode ser vendido para ajudar a sanar sua dívida com os bancos credores.
Pintado em 1923, quando Tarsila vivia com Oswald de Andrade em Paris, "A Caipirinha" é considerada "a primeira obra realmente moderna" do país, segundo o diretor da Bolsa de Arte, Jones Bergamin.
O quadro cujo lance inicial é de R$ 47 milhões, promete levar a artista a quebrar mais um recorde, de obra mais cara de um artista brasileiro numa venda pública.
(Fonte: FOLHAPRESS)