O arrastão que encerra todos os anos o carnaval de Salvador, na quarta-feira de cinzas, pode não mais acontecer em 2020. Criado há 24 anos por Carlinhos Brown e a Timbalada, e adotado por outros artistas a exemplo de Caetano Veloso, Daniela Mercury, Léo Santana, Márcio Victor, entre outros, com o intuito de proporcionar folia gratuita para os profissionais que trabalham nos dias da fuzarca, pode ter chegado ao fim diante da aprovação de projeto de extinção votado pela Câmara Municipal da capital baiana.
 
A continuidade ou não do arrastão agora está nas mãos do prefeito ACM Neto (DEM), que irá avaliar juridicamente e sancionar ou vetar o projeto de lei levado até os demais parlamentares pelo vereador Henrique Carballal (PV), alegando que a extensão da folia vai de encontro ao sentido religioso da quarta-feira de cinzas para os católicos. A celeuma está formada e as opiniões na ‘boa terra’ está criada, dividindo a opinião não só da população como também da classe artística. 
 
Por sua vez, ACM Neto vai aguardar o projeto chegar na prefeitura para examinar como devido, sem deixar predominar o aspecto religioso. 
 
Católico praticante, o prefeito de Salvador revelou que com todo respeito à tradição religiosa da capital soteropolitana, na sua visão o arrastão da quarta-feira de cinzas não agride e nem chega a ofender. Só nos resta aguardar o resultado final.