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CÉU

O retorno da pintassilga Céu a Sergipe
 
"O que eu puder aprender em outras artes para poder evoluir a minha, eu vou buscar"
 

Céu capa.jpg

(Foto: Divulgação)


 
A cantora 'Céu' será uma das atrações mais aguardadas do "35º Festival de Artes de São Cristóvão - FASC", no dia 17 de novembro, quando vai aterrissar no palco João Bebe-Água, fincado na Praça São Francisco, Centro Histórico, mostrando seu mais recente show, baseado no álbum “Tropix”. 
Dona de uma das vozes mais bonitas da atualidade, 'Céu' faz parte do seleto grupo de cantoras da nova "Música Popular Brasileira" que traz referências estrangeiras para a brasilidade de suas produções, sempre com resultados surpreendentes. Conversamos com ela sobre o ser artista no Brasil, referências culturais e é claro, política. 
 
BACANUDO - São praticamente 13 anos de uma carreira nacional e internacional consolidada. Em que sentido uma carreira estabelecida musicalmente falando dá a tranquilidade de ser artista, brasileira? É preciso se movimentar para existir enquanto artista brasileira? Você se cobra para estar sempre produzindo?
CÉU - Honestamente eu sinto que ainda não cheguei no tal patamar da "tranquilidade". Escolher fazer arte não é muito dado à tranquilidade, estabilidade, infelizmente. Talvez essa seja minha maior definição de luxo. Pra isso preciso estar em constante movimento e questionamento.
 
BACANUDO - Você acompanha o cenário político brasileiro? Como se manifesta em defesa do seu ponto de vista? É preciso ser atuante enquanto artista ou prefere que sua música não faça parte de questões sociopolíticas? Tem como se separar de algo assim?
CÉU - Não atrelo necessariamente minha música à política. Mas a minha figura, pessoa, cidadã, sim. Vivemos um momento extremamente complicado e todo posicionamento agora é importante. Minha existência como cidadã passa por meus valores, crenças. E acho que omissão, agora, no atual cenário, é uma triste posição.
 
BACANUDO - Como a atualidade reflete-se em sua forma de compor? Creio que teremos uma leva de canções políticas nos próximos meses. Você endossará essa leva? Podemos falar de uma 'Céu' mais ligada às questões do Brasil neste tocante?
CÉU - Vamos ver, ainda estou no processo. Pra mim é cedo para saber completamente. 
 
BACANUDO - Quando entrar numa guerra? Quando pedir paz?
CÉU - Quando formos privados de nos manifestar, quando a democracia estiver correndo perigo, quando o preconceito, a ignorância, a soberba estiverem se sobrepondo, e nossos direitos mais primários de cidadania, justiça e igualdade estiverem ameaçados. A hora da trégua é quando se reconhece erros e podemos vislumbrar a mudança. É preciso sensibilidade e atenção a esse momento delicado.
 
BACANUDO - Quais as suas referências no mundo da moda, literatura, da música, do comportamento?
CÉU - Sou bastante apaixonada por esses assuntos. A moda traduz minha música em imagem. A literatura enriquece, aprofunda, evolui minha música. O que eu puder aprender em outras artes para poder evoluir a minha, eu vou buscar. Amo Sonia Rykiel, Dries Van Noten, Gucci, Saramago, Haruki Murakami, Manoel de Barros...
 
BACANUDO - Você é uma cantora com vasta experiência em grandes festivais. O que muda no show quando a apresentação é para um público maior e variado? O FASC existe desde 1972 e esta será a 35ª edição do evento (voltou ano passado depois de alguns anos sem acontecer). Tem o respaldo de ser na quarta cidade mais antiga do Brasil, a Cidade Mãe de Sergipe, como gostamos de chamar. O show que os sergipanos assistirão no "Festival de Artes de São Cristóvão" será o 'Tropix' ou será composto pelos maiores sucesso de sua carreira?
CÉU - Estou muito feliz de voltar a Sergipe, ainda mais num evento lindo desse. Meu show segue bem parecido em geral, bastante do trabalho vigente e algumas dos discos antigos. Será incrível!