Jaime Neto e Araripe Coutinho (Foto: Acervo pessoal)
O jornalista sergipano Jaime Neto, se tornou mestre em Crítica Cultural pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). A defesa da dissertação aconteceu no último dia 09 de abril, na cidade de Alagoinhas, Bahia.
Com o tema: “Araripe Coutinho: como alguém que sempre esteve aqui e as inquietações de uma poética performaticamente queer”, Jaime trouxe uma pesquisa baseada na poesia do escritor Araripe Coutinho, completando suas análises com vários fatores da vida do poeta.
Participaram da banca, o orientador prof. Dr. Paulo César Souza Garcia, o pro Dr. Djalma Thürler da UFBA e a profª Drª Edil Silva Costa da UNEB, além de membros do programa de mestrado.
A pesquisa do mestrado trabalhou a partir da memória Queer, trazendo à tona escritores referenciais que, juntos ao poeta, compuseram o embasamento teórico do trabalho. “Figuras como Araripe Coutinho estão sendo apagadas socioculturalmente, num processo de anulação de pessoas LGBTQIAPN+, algo que acontece tanto no Brasil quanto no resto mundo. Mas falando da minha aldeia, vejo o poeta como uma referência social muito grande, de uma importância ímpar para a cultura sergipana, por exemplo, mas não vejo em contrapartida esse reconhecimento existindo e quando falo sobre isto, quero dizer no âmbito tanto político quanto das academias, centros culturais... Como pensarmos o presente e o futuro sem reconhecermos quem passou por aqui e deixou um legado? Araripe deixou 11 livros de poesia, outras publicações, crônicas.... ou seja tem um legado. Resta a nós reverenciarmos isso”, enfatiza o mestre.
Jaime Neto foi amigo do poeta Araripe Coutinho, conviveu com o escritor em seu ambiente pessoal, ou seja: a defesa não foi apenas uma pesquisa em si, mas, o encontro entre dois amigos. “Me segurei a defesa inteira, porque entedia que ali não estava o amigo mas sim o pesquisador, porém, no momento das considerações finais, após a defesa, desabei emocionalmente ao ponto de não mais conseguir falar. Fui tomado por um misto de sentimentos: tristeza, saudade, reencontro, alegria... e isso mexeu muito comigo até hoje, porque a conexão que tive com Araripe Coutinho, durante a pesquisa, foi algo muito intenso tão similar à conexão que tive com ele enquanto vivo fisicamente”, confessa.
Ainda decidindo o formato que irá apresentar o trabalho ao público, o jornalista confessa que continuará estudando a obra de Araripe Coutinho, e levando o legado do poeta para sempre como forma de enaltecer a escrita, a pessoa e o gênio. Salve!