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Elissandro Matos enfeixa elogios pelo ambiente na CasaCor Sergipe 2023

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(Foto: Bruno Nasca)


 
A CasaCor Sergipe 2023 se encerra neste domingo, dia 26 de novembro, depois de mais de 50 dias apresentando dezenas de ambientes expondo o melhor da arquitetura, decoração, design de interiores e paisagismo, assinados por competentes e criativos profissionais com os seus mais diversificados estilos e olhares para a arte do bem-fazer ambiental.
 
Dentre eles, destaque para o arquiteto sergipano Elissandro Matos, que nesta primeira participação no evento, vem desde a abertura da Casa enfeixando elogios em torno da aterrissagem da Galeria de Arte batizada 'Arte que Cura', sem sombra de dúvidas alguma um dos espaços mais criativos e originais da mostra, que instigou e aguçou a curiosidade dos inúmeros visitantes em torno de uma expressiva homenagem ao icônico artista plástico Arthur Bispo do Rosário, sergipano natural de Japaratuba, que por sofrer de esquizofrenia, residiu em diversas instituições psiquiátricas por quase 50 anos, considerado gênio por alguns e louco por outros.
 
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Centrado no trabalho de Bispo, que bordava escritas e nomes em mantos e estandartes para vestir no dia do Juízo Final, onde para obter o resultado da sua obra desfiava a linha azul dos uniformes do manicômio, Elissandro Matos mergulhou fundo na bonita, sensível e singular obra do artista, pontuando culturalmente e artisticamente o seu ambiente, que também propõe uma forma e visão decorativa voltada para a autêntica arte genuinamente brasileira.  
 
Portanto, o conceito de arte como reflexão da experiência de viver foi explorado na arquitetura e se traduziu em uma linguagem visual de claridade e amplitude, materializada na forma e no verdadeiro sentido do fazer arte. 
 
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Elissandro e Lara Moura (Prefeita de Japaratuba/SE)


 
Ainda falando um pouco mais sobre Arthur Bispo do Rosário, ele foi marinheiro, boxeador, borracheiro, trabalhou em casa de família, onde teve o primeiro surto psicótico, afirmando ser Jesus Cristo. Internado, transformou sucata e objetos do cotidiano em obras que hoje integram o Museu Arthur Bispo do Rosário, fincado em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
 
A sua descoberta e a dos seus trabalhos, se deram graças ao jornalista Samuel Wainer Filho (in memorian), que o revelou ao público, depois da realização de uma matéria sobre a Colônia Juliano Moreira para o televisivo Fantástico, da TV Globo. A reportagem chamou a atenção de críticos de arte e, em pouco tempo, Arthur Bispo do Rosário expunha no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
 
Após a sua morte, acontecida em 1989, suas peças foram apreciadas na Bienal de Arte de Veneza, e em mostras na Suíça e em Nova York, além de virar tema de documentários, de uma coleção de moda assinada pelo estilista mineiro Ronaldo Fraga e de um filme rodado aqui em Sergipe.
 
Passados alguns anos, a obra do célebre artista voltou a ser notícia em seu estado natal através da bem projetada e sensível homenagem feita pelo arquiteto Elissandro Matos, na CasaCor Sergipe.
 
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Valorizando a prata da casa, para que tudo se tornasse harmonioso e à contento, artistas visuais sergipanos foram convidados a retratar, cada um no seu estilo, a obra de Bispo dentro da visão de cada um, originando a formatação de um trabalho incrível e que já entra para as páginas da história sergipana. 
 
Para conferir o bonito ambiente, se ainda não viu, você só tem até às 21h deste domingo.
 
Toda a curadoria do espaço do arquiteto Elissandro Matos na CasaCor Sergipe 2023 leva a assinatura da Galeria 'M Depósito de Arte'. Salve!