PUBLICIDADE

Banner

Pesquisadores brasileiros desenvolvem vacina de spray nasal

pesquisadores.jpg

© Lusa


 
"Os testes preliminares com duas doses de protótipos do antídoto permitiram a geração de grandes quantidades de anticorpos neutralizadores em ratos de laboratório", informou no sábado, 4, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), órgão público que financia o projeto.
 
A expectativa dos investigadores é receber ainda este ano autorização para os ensaios clínicos (em humanos) do spray e iniciá-los no início de 2022 para determinar tanto a segurança, quanto a eficácia do produto.
 
Segundo os responsáveis pela vacina, as principais vantagens do imunizante na forma de spray são a facilidade de aplicação e a rapidez com que pode gerar imunidade local no nariz, orofaringe e pulmões, três partes do corpo fundamentais para evitar a consolidação de uma infeção por SARS-CoV-2.
 
Além disso, a possível vacina brasileira em spray é de baixo custo, de proteção prolongada mesmo contra as diferentes variantes do novo coronavírus e capaz de bloquear a ação do vírus no nariz, onde começa a infecção.
 
A futura vacina é objeto de um projeto do qual participam investigadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), maior centro de investigação em saúde da América Latina e vinculado ao Ministério da Saúde.
 
"As vacinas injetáveis são muito boas em induzir a imunidade sistêmica, inclusive nos pulmões, mas não são particularmente boas em gerar uma resposta protetora na região nasal e orofaringe", explicou Edecio Cunha Neto, investigador da USP e um dos responsáveis pelo projeto.
 
"As vacinas atuais são excelentes e foram desenvolvidas em tempo recorde, mas agora precisamos de um imunizante de segunda geração capaz de resolver os problemas que surgem durante a imunização e servir de reforço aos injetáveis", acrescentou Cunha Neto.
 
Para desenvolver uma vacina capaz de proteger contra as diferentes variantes da Covid-19, investigadores estão trabalhando com um antígeno que tem como componente a proteína S (spike) de diferentes estirpes já identificadas.
 
Esta proteína é a que conecta o vírus às células humanas e a que mais sofreu mutações e gerou novas estirpes.
 
O antígeno, segundo os investigadores, também contém partes das proteínas que estimulam a resposta celular, o que permitirá uma ação mais duradoura do que a alcançada pelos anticorpos neutralizadores.
 
Segundo Cunha Neto, a equipe testa atualmente 25 combinações diferentes de proteínas, que serão encapsuladas em nanopartículas de cerâmica revestidas por um polímero para garantir a adesão do imunizante ao meio nasal.
 
Segundo os pesquisadores, esta vacina será estável à temperatura ambiente, pelo que não precisará ser armazenada em frigoríficos especiais, além de segura, de baixo custo e com uma tecnologia que permite ao Brasil dominar todo o processo de fabricação e produzi-la no país.
 
O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia no mundo, totaliza mais de 500 mil mortes e quase 21 mil casos de Covid-19.
 
A Covid-19 provocou pelo menos 4.529.715 mortes em todo o mundo, entre mais de 218,96 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
 
(Fonte: NMBR)