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Mudança nos hábitos de consumo

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(Foto: Felipe Menezes/Metrópoles)


 
O consumo, que é mais da metade de toda a riqueza gerada na economia e no passado já salvou o país de outras crises, não deverá ser o mesmo após a quarentena. Cerca de 69 milhões de brasileiros, ou 42% da população adulta, pretendem comprar menos nos próximos meses comparado ao que gastavam antes da pandemia do coronavírus, mostra pesquisa nacional feita pelo Instituto Locomotiva.
 
A freada no consumo tem relação direta com a queda na renda provocada pela pandemia. Mas uma mudança mais estrutural também está a caminho, já que o isolamento social acabou provocando alterações no comportamento do consumidor, segundo Renato Meirelles, presidente do Locomotiva.
 
"Há mais de cem dias dentro de casa, as pessoas descobriram o que precisam e o que não precisam", diz Meirelles. Com a pandemia, o consumidor racionalizou as compras. "Nesse novo mundo não cabe ostentação."
 
A freada nas compras, constatada em todas as classes sociais, ocorre em um cenário de queda recorde no consumo das famílias que é esperado para este ano - uma retração de 7,2%, segundo projeção feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
 
É como se, apenas neste ano, o consumo das famílias caísse mais do que as perdas acumuladas em 2015 e 2016, quando o país enfrentou uma longa recessão.
 
"Além de ser o item de maior peso do Produto Interno Bruto (PIB), o consumo das famílias é o que faz o brasileiro perceber se está em uma situação melhor ou pior. Ele sente que a vida está mais difícil quando sua capacidade de consumir cai", afirma o economista sênior da CNC, Fabio Bentes.
 
Diferenças
 
A freada nas compras na quarentena e no período de pós-isolamento deve ser diferente para cada segmento de consumo, segundo Meirelles, do Locomotiva. Itens como varejo online, entrega de comida, ensino a distância, por exemplo, cresceram e devem se manter em alta.
 
O consumo de alimentos, de serviços de telecomunicação e de produtos de limpeza também aumentou, mas deve se estabilizar. Já serviços prestados por cinemas, hotéis e restaurantes tiveram forte queda e a recuperação deve ser lenta. 
 
(Informações: jornal O Estado de São Paulo)