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Se é verdade que "vida boa, não dá boa música"; Flávio José é um predestinado. Nascido em Monteiro, na região do cariri paraibano, teve uma vida sofrida e difícil. Precoce, já aos 7 anos, revelou vocação para tocar acordeon. Aos 10 anos, seguindo o tino dos instrumentistas nordestinos e tendo como principais influências Luiz Gonzaga e Dominguinhos, viu no "céu da boca, o chão das estrelas do forró" e, passou a cantar, e a estar aonde o povo estava. Sempre acompanhado da sua sanfona de 24 baixos.
Após descobrir que no mundo tem gente para tudo e, sempre sobra para cantar a estória , Flávio deixou a carreira de Fiscal do Banco do Brasil, e seguiu na vida caminhando e cantando. Transformando paciência na vitamina da sua persistência. Percorreu o circuito das bandas-baile, aperfeiçoando a sua formação. Brilhou nos "Tropicais de Monteiro", até chegar ao vôo solo.
Hoje, oito LP's, 21 CD's, milhares de shows e eventos depois, tem uma carreira consolidada. Reverenciado como o 'rei' do xote e do forró romântico dançante, considera-se apenas um Dom Quixote. Tal qual; lutando contra as engrenagens robotizadas dos moinhos do forró industrial. Verdadeiras linhas de montagem a produzir em série, 'forró eletrônico para consumo de massa.
Aclamado desde o primeiro LP, mas sobremaneira a partir do primeiro CD "Nordestino Lutador", de 1994, até "Tá Do Jeito Que Eu Queria", de 2012, Flávio José comprova ser um hit maker. Daqueles que tem explícita preferência pela criatividade sobre o conhecimento e, usa os dois, a serviço do sentimento poético-musical. Como consequência, no repertório de seu show é grande a participação do público, cantando em coro uníssono todas as músicas, a exemplo dos seus principais sucessos "Caboclo Sonhador", "Tareco e Mariola", "Espumas ao Vento" e "Caia Por Cima de Mim".
Aproveitando o período junino, abrimos o mês entrevistando este que é para o BACANUDO.COM uma das maiores expressões vivas da música nordestina. Aqui, com toda a sua simplicidade e carisma natos, Flávio revela algumas das suas preferências.
*Meu livro - A Bíblia.
*Meu filme - "Titanic".
*Minha música - "Sem destino e Sem Conserto", de Roberto Cruz.
*Minha cidade - Monteiro, na Paraíba.
*Minha cara - Minha filha Lara.
*Minha bebida - Vinho tinto.
*Minha comida - Feijão verde com galinha de capoeira.
*Minha estação do ano - O inverno.
*Meu paraíso - A cidade de Monteiro.
*Minha fraqueza - Me emociono com tudo.
*Meu pecado - Não ter tempo para aproveitar a vida: viajar, me divertir.
*Meu vício - Não tenho vício.
*Meu medo - De perder a saúde.
*Minha flor - Orquídea.
*Meu esporte - Futebol.
*Meu lazer - Fazer programação na Monteiro FM.
*Minha etiqueta - Não tenho etiqueta. Sou simples.
*Meu cheiro - Do perfume "Bleu", de Chanel.
*Meu ídolo - Meu Pai.
*Meu sonho - Viver muito com saúde para continuar cantando pra quem gosta de mim.
*Minha inspiração - Luiz Gonzaga.
*Meu arrependimento - Tenho vários. Seria injusto citar apenas um.
*Meu compositor - Todos os que eu já tive a oportunidade de trabalhar.
*Meu restaurante - 'Chica Pitanga', na cidade do Recife.
*Minha paisagem - O pôr do sol em Monteiro.
*Minha indiferença - Da grande mídia para o meu trabalho.
*Meu exagero - Não tenho nenhum exagero.
*Minha impaciência - Esperar por quem não vem.
*Meu lugar no mundo - Os Estados Unidos.
*Meu lugar na casa - Meu lugarzinho pra dormir.